O Passagem de Som apresenta a história do violonista sardo Paolo Angeli, que nos traz um breve apanhado da música de Sardenha, uma ilha de 350 quilômetros no mar Mediterrâneo. Foi lá onde o músico nasceu e conviveu com os cantos característicos de cada região.
A ilha traz uma herança de tradições musicais com instrumentos antigos (ao sul), a voz e guitarra (ao norte), o canto litúrgico que se fundiu ao canto gregoriano, o "canto a tenores", além da tradição de cada povoado em tocar os sinos.
No Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, embarcamos na história do músico que relembra a infância vivida a menos de 50 metros do mar. De frente para 12 ilhas, incluindo Córsega, o sentido de liberdade e o contato com a natureza ganharam maior força com a "sensação de poder viajar mar afora".
Antes de se formar violonista e compositor, o sardo Paolo Angeli estudou para se formar marinheiro. Hoje, tem no Mar Mediterrâneo e nas estrelas que guiavam os antigos marinheiros a sua grande fonte de inspiração.
Com seu violão inventado de 18 cordas viaja o mundo trazendo experiências que possam influenciar em seu processo de composição. Para cada show, o músico diz escolher "dois ou três temas antes de deixar-se navegar pelo mar da improvisação".
No Estúdio Mawaca, em São Paulo, seguimos com o músico até o ensaio do grupo vocal que já tem mais de 20 anos de trajetória. Ao experimentar as sonoridades do mundo, o grupo desenvolveu junto ao Sesc um projeto com músicas do Mediterrâneo.
Sobre o palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação, o músico traz um pouco da sua formação. Até os 23 anos, seguiu como violonista tradicional em um orquestra de 14 músicos. Ao final, decidiu modificar o instrumento e depois de 15 anos desenvolvendo e aperfeiçoando o seu violão inventado de 18 cordas com pedais, martelos e motores, acredita que tem hoje a sua própria orquestra.