Antes mesmo de saber que seria percussionista, Marco Bosco foi comprar a sua primeira bateria assim que recebeu o primeiro salário. Na volta para casa, comprou o disco "Fingers", de Airto Moreira, para servir de inspiração para as suas primeiras aulas. Mas ao colocar o vinil pra tocar, logo percebeu que o seu caminho seria diferente.
Na companhia do percussionista e compositor Marco Bosco, o Passagem de Som segue até um estúdio em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O encontro é com os cantores Jair Oliveira e Simoninha para relembrar a turnê "Blue Note" que os músicos fizeram realizaram juntos, no Japão.
O percussionista que já tocou com nomes como Zé Rodrix, Leila Pinheiro, Belchior e Egberto Gismonti, morou durante 30 anos no Japão, onde fez carreira e ganhou o mundo tocando na Ásia, Europa e Estados Unidos. De volta ao Brasil em 2013, lançou o álbum duplo “33”, que comemora seus 33 anos de carreira.
Parte dessa comemoração é realizada ao lado de 22 artistas que contribuíram ao álbum. Uma delas é a cantora, compositora e pesquisadora Marlui Miranda, que dedica a sua música à cultura indígena brasileira. Pela intimidade com os idiomas indígenas, ela foi convidada para gravar “Kamigami no Uta”, faixa cantada em japonês e presente no disco “33”.
Da cultura e dos instrumentos indígenas seguimos até o Estúdio Paraná Pompeia, para encontrar com um parceiro de longa data do percussionista: o pianista Paulo Calasans. Os músicos que se conheceram e tocaram juntos pela primeira vez durante a década de 1970, se juntaram novamente para a gravação do álbum “33”.
Após contar os percalços da vida de artista daquela época e de uma aula de sonoridades e improviso em sua percussão, chegamos até o palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação. Ao lado dos músicos convidados, Bosco traz um pouco mais do álbum que marca mais de três décadas de carreira com 33 faixas de muitas parcerias.