No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, seguimos até o Pavilhão Japonês na companhia dos músicos Laércio de Freitas e Shen Ribeiro. O símbolo da amizade entre Brasil e Japão marca também a amizade entre os músicos que juntaram o piano brasileiro com a flauta japonesa.
Laércio de Freitas é maestro consagrado com mais de 50 anos de carreira internacional. Trabalhou na década de 1970 ao lado do lendário pianista, compositor e arranjador Radamés Gnatalli (1906 – 1998), e participou em diversos trabalhos com grandes nomes da MPB como Elza Soares, Clara Nunes, João Donato, entre outros.
Já o flautista Shen Ribeiro deu o seu primeiro grande salto quando foi estudar na Universidade de Belas Artes de Tóquio, onde se especializou em shakuhachi, uma flauta tradicional japonesa.
Os músicos se conheceram logo após o retorno de Shen Ribeiro ao Brasil. E foi a partir de um encontro inusitado seguido de uma conversa descompromissada em um café, na cidade de São Paulo, que surgiu a amizade e uma bela parceria musical.
Outra grande amizade é contada em uma tradicional loja de pianos. O jornalista, músico e pesquisador de choro Luis Nassif, publicou nos anos 1980 uma resenha sobre a obra de Laércio, e conta como surgiu a partir daí a amizade que segue até hoje.
Sobre o palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação, os músicos contam um pouco mais sobre o repertório que prepararam para à noite, Recheado de músicas dos anos 40, choro e maxixe, Laércio traz o que ele chama de romantismo, com "uma paisagem bonita para o fluxo da melodia”.