Durante o período de isolamento social, o gaitista Jefferson descobriu a percuteria do Julio Bitencourt pela internet. E, dentro deste cenário onde as pessoas se afastaram fisicamente, a música teve o poder de conectar, ainda que virtualmente. A partir dessa admiração e interesse mútuo, surgiu a intenção de tocarem juntos e com o convite ao Luciano, irmão de Julio, que toca uma guitarra híbrida (também baixo) esse “power trio” desconstruído, surgiu.
Em um reencontro de Jefferson com o diretor musical, Herbert Lucca e o jornalista e produtor cultural, Eugênio Martins, o gaitista relembra como se conheceram e conversam sobre influências, a cena underground e como o blues conversa com a música do nordeste. Do rezado, quilombo, passando pelas bandas cabaçais do Cariri e o trabalho importante de Carlos Malta em evidenciar o pífano, a partir do disco com o Pife Muderno, Jefferson faz questão de ressaltar que sua gaita transita nesse repertório nada convencional de uma gaita.
Para esse show, Jefferson apresenta, tocando suas várias diatônicas, com sonoridades e tons diferentes, e sua cromática, um repertório autoral que enaltece a música brasileira.