Na casa do violeiro Oliveira Fontes, em Guarulhos, grande São Paulo, nos aproximamos da história dos músicos que formaram a primeira Orquestra de Violeiros. Entre eles estão Índio Cachoeira, músico que nasceu em Junqueirópolis, oeste paulista, e desde cedo se interessou pela viola.
Ainda criança, aprendeu os primeiros acordes e aos 17 anos estreou como profissional. Tocou ao lado de alguns artistas na sua cidade quando o seu principal palco eram as pequenas rádios locais.
Entre a roda improvisada de viola, Índio Cachoeira conta de quando veio tentar a vida de artista em São Paulo. Trabalhou como motorista, mas logo a arte falou mais alto e estreou a sua primeira dupla com o músico Tião do Gado, famoso pela dupla Carreiro e Carreirinho. Hoje tem dois discos lançados: “Violeiro Bugre” e “Solos de Viola Caipira”.
Já o violeiro Ricardo Virgnini, lidera o Matuto Moderno, banda que começou em 1999 com o disco “Bojo Elétrico”. Nascido na capital paulistana, o seu gosto pela música caipira veio pela influência da família. O grupo já tem cinco discos lançados e dão ao rock uma pegada mais caipira.
Da roda de viola partimos para um ensaio do Matuto Moderno com um convidado especial: Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. A banda brasileira mais famosa de rock pesado no mundo dá à música caipira um tom mais heavy metal nas mãos desse quinteto.
E é justo a mistura dessa música raiz, da cultura tradicional paulista com o rock and roll que Índio Cachoeira e Ricardo Vignini levam ao palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação. É lá onde os músicos trazem um pouco mais das histórias e do encontro de um músico que chegou até a viola de improviso, ao lado de quem adaptou a educação formal na música para o aprendizado entre os violeiros.