Na companhia dos integrantes do Gestos Sonoros, seguimos até Embú das Artes, na grande São Paulo. No Largo dos Jesuítas, visitamos uma das principais feiras que já teve como tradição receber artistas do mundo todo, servindo de palco para saraus e apresentações.
Gestos Sonoros é um octeto de improvisação com regência. Começou apenas com instrumentos de percussão e atualmente já conta com guitarras, baixo e metais. Em 2015, o grupo lançou o seu primeiro disco. Durante o processo de gravação os músicos registraram, ao vivo, 59 improvisações regidas, das quais 12 foram escolhidas para entrar no álbum homônimo.
Manoel Trindade, um dos percussionistas do grupo, é bisneto do poeta e artista plástico pernambucano Solano Trindade, um dos fundadores do Teatro Popular Brasileiro e divulgador da cultura afro-brasileira.
No Centro Cultural do Mestre Assis, em Embú das Artes, os percussionistas revisitam o trabalho de Solano e os ecos do seu trabalho na cultura popular. Já em meio aos artistas da feira, os músicos falam das sonoridade e dos timbres que o grupo busca. No Teatro Popular Solano Trindade, acompanhamos o ensaio do grupo local que canta e toca os versos do artista pernambucano.
De volta a São Paulo, acompanhamos Bruno Duarte, fundador do Gestos Sonoros e Pedro Michelucci, um dos percussionistas da banda, que ministram uma oficina de percussão e musicoterapia para alunos deficientes auditivos.
No palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação, Bruno fala da regência da banda. Com gestos musicais e outros inventados, os músicos trazem um pouco da dinâmica de palco, da arte de improvisar, em "um trabalho bastante libertador".