Quando a Orquestra Filarmônica de Londres interrompe a gravação de um disco para saber quem é o violonista que está tocando, no mínimo é de se orgulhar. Foi assim que se sentiu a cantora Zizi Possi, na gravação do disco “Passione”, ao relembrar essa história com o exímio violonista, Camilo Carrara. Ele também apresentado pela cantora e pianista Cida Moreira como um músico estudioso, rigoroso, comprometido com o trabalho e ainda complementa: “seu violão reflete um refinamento e ele se coloca”. Fortuna é mais uma voz a integrar esse coro feminino de reconhecimento do talento do violonista em transportar as pessoas que o ouvem, para novos espaços. Ela conta como foi “conduzida” para um lugar onde “não há pecado nem perdão”, ao ouvir suas composições de “Canções do Sol Nascente”, um trabalho dedicado à músicas japonesas.
Dentro da lógica oriental de silêncio, espaçamento das coisas, pausas... Camilo Carrara encontra o artista Dudu Tsuda e ambos visitam o Museu Japan House em São Paulo, para uma conversa sobre a música e o universo multimídia das artes visuais, das artes sonoras, das performances, das instalações, do marketing, da comunicação e semiótica. Ao explorarem o ambiente, relembram trabalhos, abordam diversas linguagens, refletem juntos sobre o papel do artista diante dos contextos sócio-culturais e como a música permite à eles, transitarem por territórios geográficos e sócio-econômicos tão distintos, sendo testemunhas de contrastes extremos e como isso os afeta.
Para o show, Camilo fez questão de revelar sua criatividade inventiva, como explica o conceito do músico e compositor Gilberto Mendes. Segundo o violonista, essa criatividade foi tardiamente estimulada na sua história, após muitos anos na carreira musical apenas como intérprete. Em um movimento diferente, nesta apresentação o violonista explora territórios timbrísticos e rítmicos, dividindo o palco com Luca Raele, clarinete e piano, com seu irmão, Tiago Sormani, flauta, sax e teclado e com a baterista, vibrafonista e percussionista, Nath Calan.