Na companhia do músico Di Melo e dos integrantes do Black Mantra acompanhamos uma jam session pra lá de animada. Em uma sala de ensaio na capital paulista, “O Imorrível” Di Melo toca e diverte os músicos da banda que nos aproximam um pouco mais dessa lenda viva.
O cantor e compositor pernambucano Di Melo foi considerado um dos artistas brasileiros que mais se aproximou da música norte-americana, quando gravou o seu primeiro disco em 1975, fazendo grande sucesso com as músicas “Kilariô” e “A vida em seus métodos diz calma”. Após a fama o músico sumiu das paradas e rumores diziam até que ele havia falecido.
O músico foi redescoberto 36 anos depois quando dois cineastas produziram o documentário chamado “O Imorrível”. De volta à cena musical, Di Melo aproveitou e lançou em 2016 o segundo disco da sua carreira.
Inspirada no mesmo movimento, a Black Mantra apresenta o soul e o funk compostos pelos seus nove integrantes. A big band surgiu após a gravação da trilha sonora do curta-metragem “Muito, Além do Nada”, pautado no movimento cinematográfico negro dos anos 1970: o Blaxploitation.
Com forte influência do funk americano dos anos 1970, o grupo passou a fazer diversas releituras e uma série de homenagens até gravar o primeiro álbum “Old Mantras”, que traze temas de clássicos do The J.B.´s, Curtis Mayfield e Stevie Wonder.
Terminada a jam session seguimos até o Museu da Imagem e do Som – MIS, em São Paulo, onde encontramos com o cineasta Jeferson De. Brasileiro, afrodescendente e militante da causa negra, o cineasta ficou conhecido quando criou o manifesto “Dogma Feijoada”, que traz uma análise histórica sobre a produção audiovisual dos negros no Brasil.
Já sobre o palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação, os músicos revelam um pouco mais das vertentes e influências que ainda fazem parte da banda como o funk dos anos 1970, a música negra, o jazz e o afrobeat.